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Amazônia Legal 3/3

o futuro da Amazônia (3) Na terceira reportagem da série, a Pública busca a relação entre corrupção e má gestão na educação a partir de um caso específico: o Pará, estado cujo crescimento econômico contrasta com o mau desempenho das escolas e dos alunos. Reportagem de Fabiano Angélico e infográfico de Scarlett + Cardume Apoio: Fundação Carlos Chagas Má gestão + Corrupção = nota baixa No PARÁ, APESAR DO DESEMPENHO RUIM DOS ALUNOS, MAU USO DE VERBAS PARA EDUCAÇÃO CONTINUA Pra que servem indicadores de desempenho na educação? Para ajudar a detectar problemas na gestão e assim realizar as mudanças necessárias. Mas essa lógica não prevalece quando o assunto é a educação nos municípios do Pará, segundo dados analisados pela Pública. Cidades paraenses que falharam feio na avaliação feita pelo Ministério da Educação em 2009 continuaram apresentando, nos anos seguintes, diversas e flagrantes irregularidades no Uso das verbas repassadas pelo ministério. Isso fica claro ao olhar de perto as inúmeras evidências de corrupção flagradas em auditorias realizadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2010 e 2011. Nesse período, os fiscais da CGU percorreram doze cidades do Pará e passaram um pente fino no modo como as prefeituras gastam os recursos federais. Foram 280 constatações de má gestão e mau uso do dinheiro que deveria ser investido na merenda, distribuição de livros e transporte escolar, entre outros programas. Na média, cada cidade fiscalizada teve 23 irregularidades identificadas - E isso apenas na aplicação de verbas para a educação. Pior: tantas irregularidades aconteceram pouco depois de essas mesmas cidades aparecerem mal na foto do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) . O Ideb é um medidor da qualidade da educação e deveria servir como termômetro para as ações das prefeituras. Se o índice é baixo, é sinal vermelho e o município deveria se mobilizar para melhorar a gestão da educação. Em 2009, porém, quatro dessas doze cidades não atingiram a meta de melhores propostas para o IDEB. Meta que, segundo especialistas , é um objetivo nada difícil de se alcançar. NÚMERO DE IRREGULARIDADES (CGU) IDEB 2009 (4A SERIE) ATINGIDO META 42 ANAJÁS 2,4 2,9 34 INHANGAPI 2,9 3,2 29 SANTA MARIA DO PARÁ 2,9 3,7 27 BUJARU 2,9 25 CACHOEIRA DO PÍRIA 2,5 3,2 23 PRIMAVERA 3,1 3,4 22 ITAITUBA 3,5 19 BAGRE 2,5 2.9 19 IGARAPÉ-MIRI 3,2 16 TERRA SANTA 3.4 4 13 CURRALINHO 2,3 2,8 11 SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA 2,7 3,5 23.3 MÉDIA DE IRREGULARIDADES POR CIDADE fonte: Relatórios de fiscalização da Controladoria Geral da União em 2010 e 2011 AN SCOLAS LEVARAM BOMBA: NENNEN DESEMPENHO PÍFIO EM MATEMÁTICA E AINDA PIOR EM PORTUGUÊS O IDEB é um indicador formado a partir de duas dimensões: as notas dos alunos em provas de matemática e de língua portuguesa e as taxas de aprovação dos estudantes. Em 11 das 12 cidades do Pará auditadas pela CGU, a taxa de aprovação Brasil, que já é baixa. Para se ter uma dimensão do que as notas significam, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão vinculado ao Ministério da Educação, classifica essas notas em níveis. Todas essas dados apresentados em tabelas ou de resolver problemas envolvendo subtração. Em língua portuguesa, a situação é ainda pior. Os alunos da cidade de Curralinho estão no nível 1. Esses meninos e meninas são doze cidades do Pará estão no nível 3, numa escala que vai de zero (abaixo de 125 pontos) a doze (até 425 pontos). Ou seja: os alunos da 4° série dessas cidades são incapazes de ler informações e incapazes, por exemplo, de identificar o tema de um texto ou de localizar uma informação explícita. Na maioria das cidades, os alunos estão no nível 2 e em apenas uma os estudantes estão no nível 3. Em Português, a da 1° à 4° série do ensino fundamental é mais baixa do que a média brasileira - que é uma das mais baixas do mundo. Em matemática, todos os municípios têm desempenho inferior ao da média do escala do INEP vai até 9. TAXA DE APROVAÇÃO NOTAS PORTUGUÊS MATEMÁTICA 0% 100% 87% MÉDIA BRASIL 200 179 75% MÉDIA PARÁ 182 166 55% ANAJÁS 178 161 70% INHANGAPI 164 181 72% SANTA MARIA DO PARÁ 196 182 66% BUJARU 163 185 73% CACHOEIRA DO PÍRIA 162 176 67% PRIMAVERA 166 184 79% ITAITUBA 167 185 55% BAGRE 169 182 66% IGARAPÉ-MIRI 169 184 92% TERRA SANTA 165 179 59% х CURRALINHO 146 167 83% SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA 161 176 fonte: MEC (dados de 2009) INDICADORES SOCIAIS RUINS: FALTA DE CONTROLE SOCIALE ELEIÇÃO DE MAUS PREFEITOS Quando observamos os indicadores sociais dessas doze cidades do Pará fica claro o pobreza. E que praticamente inexista controle social sobre os recursos federais saneamento básico. Grosso modo, são esses os três indicadores que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas. A renda média de um habitante de Anajás ou São Sebastião da Boa Vista, por exemplo, municípios no norte paraense, é de R$ 172 por mês, menos da metade da renda média do estado (R$ 383) e cerca de ¼ da média nacional (R$ 668). Sem educação, não espanta que pouca gente saia do círculo vicioso da impacto da baixa qualidade do ensino e das falhas da administração pública local: o nível de desenvolvimento humano dessas cidades que vão para educação na cidade - trata-se de outro círculo vicioso. Também não é uma surpresa constatar que paraenses é muito baixo. Os habitantes têm baixíssima renda (chega a 30% da média brasileira), pouca escolaridade (a taxa de analfabetismo chega a ser quase o quádruplo da média paraense, que já é alta em relação ao Brasil) e uma pequena cobertura do sistema de administrações ineficazes ou corruptas são eleitas repetidamente. O quadro da educação do Pará, assim como de outros estados da região Amazônica, indica a necessidade de reformas drásticas, diferentemente do que vem ocorrendo. 5 RENDA MÉDIA MENSAL POR PESSOA (R$) fonte: IBGE (Censo 2010) SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA BRASIL PARA INHANGAPI Rs 668 ANAJÁS 172 AS 383 230 172 PRIMAVERA s221 SANTA MARIA DO PARÁ TERRA SANTA 281 RS 252 CACHOEIRA DO PÍRIA ITAITUBA 129 As368 BAGRE IGARAPÉ-MIRI BUJAR 146 CURRALINHO s182 s176 219 POPULAÇÃO COM SANEAMENTO INADEQUADO ANALFABETOS MÉDIA BRASIL 8% &. MÉDIA PARÁ 21% &E 의 & 6,5 % &S8 14,6% ANAJÁS 62% & 39,0% EE2 17,5% &&&217,1% &&&2 20,9% &&E2 33,7% &&S& 20,7% &&& 8,7% &&2 36,0% &&&2 23,9% &8287,2% &&2 37,4% INHANGAPI 44% & SANTA MARIA DO PARÁ 22% & BUJARU 57% & CACHOEIRA DO PÍRIA 70% & & PRIMAVERA 18% &2 ITAITUBA 17% &2 BAGRE 50% & IGARAPÉ-MIRI 51% TERRA SANTA 16% CURRALINHO 64% SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA & 26,2% 58% fonte: IBGE (Censo 2010) Publica E Fundação Carlos Chagas infográfico por CASADACULTURADIGITAL copie os dados: http://goo.gl/ONVIG apoio: cardume Laflet

Amazônia Legal 3/3

shared by Cardume on Jul 30
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infográfico 3/3 da série "Amazônia Legal" que apurou dados e organizou-os em forma de infográficos ilustrados, alertando para as más condições do sistema de educação na região norte do Brasi...

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Politics
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